Cultura e acolhimento marcam Jantar Venezuelano na III Semana do Migrante em Toledo

Evento promovido pela Embaixada Solidária celebra sabores e histórias da Venezuela em noite de partilha e afeto

Na noite gelada de 24 de junho, o frio do inverno paranaense deu lugar ao calor humano na sede da Embaixada Solidária, em Toledo (PR). O espaço foi tomado por aromas, sabores e memórias da Venezuela durante o Jantar Venezuelano, uma das atividades mais emocionantes da III Semana do Migrante.

A Semana do Migrante é produzida e coordenada pela Embaixada Solidária de Toledo, por meio do trabalho dedicado de seus voluntários e parceiros, e conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, via Edital de Chamamento Público nº 024/2024, da Prefeitura de Toledo. A programação visa valorizar a diversidade, promover a integração e fortalecer os laços entre culturas.

O Jantar Venezuelano evidenciou a riqueza da culinária venezuelana e o profundo significado da palavra “compartir” – que, em espanhol, representa muito mais do que dividir: representa acolher, cuidar e construir laços.

Desde outubro de 2023, a comunidade venezuelana passou a ser a maior entre os migrantes que vivem em Toledo. O jantar, preparado por famílias migrantes, reuniu pratos típicos como arepas, empanadas e outras receitas carregadas de afeto e identidade cultural.

Um dos momentos mais marcantes foi a participação, por vídeo, da professora e ativista Rockmillys Basante Palomo, fundadora da organização Ação Social Irmandade Sem Fronteiras, com sede em Curitiba. Refugiada venezuelana, Rockmillys é referência nacional no acolhimento de migrantes e integra importantes espaços de decisão, como conselhos estaduais no Paraná e a Comissão Organizadora da 2ª COMIGRAR Nacional. Sua fala trouxe palavras de esperança aos compatriotas em Toledo:

“Vocês não estão sozinhos. Cada passo de vocês, cada gesto de solidariedade, é uma vitória coletiva da nossa gente.”

A atuação de Rockmillys tem inspirado migrantes de diversas origens, reafirmando o poder do coletivo e da rede de apoio humanitária que se fortalece em todo o Brasil.

A jornalista Edna Nunes, fundadora da Embaixada Solidária, visitou a Venezuela em 2023 e retornou impactada pela realidade enfrentada por tantas famílias. Desde então, a organização intensificou as ações de acolhimento à comunidade venezuelana.

“A Venezuela nos ensinou sobre força, família e esperança. Hoje, fazemos o possível para devolver um pouco dessa generosidade em forma de acolhida.”

Com políticas públicas de referência e uma rede de solidariedade ativa, Toledo tem se consolidado como modelo de acolhimento. A Embaixada Solidária, que já atendeu mais de 30 mil pessoas migrantes desde sua fundação em 2014, oferece serviços gratuitos que incluem documentação, aulas de português, apoio à saúde, cultura, lazer e formação profissional.