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Mulher migrante pode representar Toledo na Conferência Nacional de Políticas para Mulheres em Brasília

Evento realizado na sede da Embaixada Solidária reuniu diversas nacionalidades e construiu propostas fundamentais para garantir acesso e dignidade às mulheres em situação de migração forçada.

A III Semana do Migrante, promovida pela Embaixada Solidária de Toledo com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, incluiu em sua programação uma ação histórica: a realização da Conferência Livre de Políticas para Mulheres Migrantes e Refugiadas. O encontro reuniu mulheres de diferentes países na sede da instituição e se configurou como um espaço de escuta, construção e protagonismo.

A atividade foi coordenada por Jaqueline Machado, diretora de Enfrentamento à Violência de Gênero da Embaixada Solidária, e seguiu as diretrizes da IV Conferência Nacional de Políticas para Mulheres. As participantes discutiram os principais desafios enfrentados por mulheres migrantes, muitas das quais chegam ao Brasil após experiências traumáticas em seus países de origem, marcadas por instabilidade política, ausência de políticas públicas, violências diversas e processos de deslocamento forçado.

A vulnerabilidade dessas mulheres se multiplica pela interseção de fatores como xenofobia, desigualdade de gênero, barreiras linguísticas e racismo estrutural. Em Toledo, muitas enfrentam dificuldades para acessar serviços básicos, garantir o sustento das famílias e recomeçar a vida com dignidade. A Conferência Livre foi um marco no sentido de garantir que suas vozes sejam ouvidas e que suas demandas ganhem visibilidade nos processos de formulação de políticas públicas.

Durante o encontro, foram elaboradas propostas concretas com foco no acesso à moradia popular, ampliação de vagas e ações de acolhimento bilíngue nas escolas municipais, revalidação de diplomas estrangeiros, formação de servidores da segurança e da saúde para o atendimento humanizado de migrantes, e fortalecimento da atenção psicossocial com apoio intercultural. As participantes também pediram mais pediatras nas unidades públicas de saúde para que mães migrantes possam garantir o cuidado com seus filhos sem comprometer suas jornadas de trabalho.

A escolha de uma representante para participar da etapa Municipal e nacional, prevista para ocorrer em Brasília, foi um dos momentos mais simbólicos do evento. A possibilidade de levar as demandas das mulheres migrantes de Toledo ao centro das decisões públicas marca um novo tempo na luta por igualdade e justiça social. A mulher escolhida poderá, ao lado de outras vozes femininas do país, contribuir com propostas voltadas às políticas públicas para mulheres, com foco em diversidade, inclusão e democracia.

A Conferência Livre também serviu como preparação e mobilização para a IV Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, que será realizada no dia 4 de julho, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h, no auditório da PUC-PR, em Toledo. O tema desta edição é “Mais democracia, mais igualdade e mais conquistas para todas”. O evento terá a participação de especialistas, representantes da sociedade civil e poder público, além de espaços de escuta e proposição de políticas que contemplem todas as mulheres — brasileiras, migrantes, refugiadas ou apátridas.

O processo iniciado pela Embaixada Solidária reforça que políticas públicas só são realmente democráticas quando representam todas as vozes, principalmente aquelas historicamente invisibilizadas.

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